Peça-Chave #13 🧩: Apple lança seu produto mais ousado. Vamos analisar.
Hoje eu vou fazer algo que não costumo fazer: falar da Apple.
Eu geralmente não ligo pro que a empresa faz, não tenho nenhum produto da Apple, e acho que o hype ao redor da marca é exagerado (mas mérito deles).
Maaaas, essa semana eles lançaram talvez o produto mais complexo de toda a história da empresa, super avançado tecnologicamente, em um categoria própria e com tudo pra dar errado.
Então vale a pena analisar alguns aspectos desse lançamento, pois eles são muito bons nisso!
Abraços,
Peçanha
👓 Uma análise do anúncio do Vision Pro, o óculos de realidade aumentada computação espacial da Apple.
Quem me conhece sabe que eu não sou fã da Apple, não possuo nenhum produto deles, e sou contra a filosofia de ecossistema fechado e proprietário que eles pregam (além dos preços altíssimos, claro). Mas essa semana eu assisti à apresentação da WWDC, evento em que a Apple anuncia suas novidades em hardware e software do ano, ao vivo. Tudo por causa do anúncio do óculos de realidade aumentada deles, o Vision Pro.
Sim, é um produto que despertou minha curiosidade a esse ponto. Afinal, é um dos lançamentos mais ousados da história da Apple, então eu também queria ver o posicionamento e, claro, todo o marketing ao redor dele.
Não vou entrar nos detalhes do Vision Pro em si, mas quero apontar os detalhes da apresentação que realmente fazem a Apple ser referência em marketing e podem nos ensinar alguma cois.
Não chame de realidade aumentada.
Esse é o primeiro ponto que me chamou atenção. Eu já havia cantado a bola que o metaverso não seria mencionado nenhuma vez, afinal, está muito associado ao Zuckerberg e o hype já passou. Hoje em dia temos mais notícias sobre a morte do metaverso do que como você deve preparar seu marketing para esse futuro. Graças a Deus.
Mas eu imaginei que, pelo menos em algum momento, eles mencionariam que esse é um óculos de realidade aumentada. Mas não, hora nenhuma isso foi falado. O termo apresentado por eles foi “computação espacial”, algo inventado por eles.
Essa é a clássica estratégia de criação de categoria: posicione seu produto como se ele estivesse criando algo completamente diferente - e melhor - do que já existe no mercado. Faça parecer que você não tem competidores e, quando eles surgirem, estarão sempre correndo atrás do líder e “dono” da categoria.
A verdade é que o Vision Pro é, por definição, um óculos de realidade aumentada e já existem vários desses no mercado. Mas lançar “mais um” óculos de RA não chamaria a atenção de ninguém e eles não controlariam a narrativa.
Só para deixar claro, eu acho esse tipo de posicionamento genial. Não só gera vantagem competitiva, mas também guia a conversa para girar ao redor do produto deles.
Agora os gurus de metaverso, que já viraram gurus de IA há alguns meses, em breve serão gurus de computação espacial. O efeito colateral serão as threads estilo forma de bolo de Twitter: “a computação espacial é o futuro do marketing, mas 99% dos profissionais ainda não usam direito…”. Infelizmente não há realidade, virtual ou não, em que dá pra escapar disso se você usa a Internet.
Nomes são importantes. E eles dão nome pra tudo.
Em 2010 Steve Jobs apresentou a tela “Retina Display” no iPhone 4, nome que veio acompanhado da explicação sobre como “é uma tela que possui uma resolução tão alta que a nossa retina não consegue mais ver os pixels individuais” (isso é contestado hoje em dia).
Uma analogia clara que qualquer um pode entender e é fácil de lembrar na hora de tentar provar para seu amigo que usa Android que sua tela é melhor. Esse é o poder do Storytelling.
Mesmo que hoje existam telas bem melhores, a marca “Retina Display” é poderosa e continua sendo vista como sinônimo da melhor qualidade de imagem possível. Afinal, ninguém consegue contar uma boa história com o nome Amoled 4k, usado pela Samsung. Ninguém nem sabe direito o que isso quer dizer.
Muitos pontos para a Apple aqui.
Na apresentação do Vision Pro não houve grandes histórias, mas sempre presto atenção no modo como eles dão nome para recursos e tecnologias que poderiam simplesmente ser só descritos. Mas ao nomear o recurso, ele fica mais importante e fácil de lembrar, parece novidade, e se torna algo puramente “Apple”. Por exemplo:
Eyesight: tela externa de oled que mostra seus olhos.
Optic ID: biometria com leitura de íris
É um produto ousado que já está sendo bem criticado, tem grandes chances de dar muito errado, custa um rim a 3500 dólares, e pouca gente vai ter. Mas é um produto - e categoria - completamente novo para a Apple, por isso é tão interessante analisar a narrativa do lançamento.
Sugiro que você assista a apresentação e preste atenção nos detalhes, mesmo que você não seja fã da Apple, como eu. Há muito que se aprender.
O Vision Pro só será lançado no início do ano que vem, então até lá teremos que nos contentar com memes:
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App da Meta para concorrer com Twitter está cada vez mais próximo, e agora temos imagens
Marcas precisam de espaços seguros para colocarem seus conteúdos e seus anúncios. O Twitter do Elon Musk é o oposto disso, então não é coincidência que sua receita com anúncios tenha despencado 59%!
Zuckerberg, que não é nada bobo, sabe que esse é o momento ideal para tentar fazer o que ele faz de melhor: copiar concorrentes. Nesse caso, aproveitar para tentar roubar o máximo dos orçamentos de anúncios que não estão mais sendo alocados para o Twitter.
E eles nem estão sendo sutis em relação a isso. Segundo Chris Cox, da Meta: "nós estamos ouvindo criadores de conteúdo e figuras públicas que estão interessados em um plataforma que é gerida de maneira saudável, que eles acreditam que possam confiar para distribuição".
Não estão economizando também, e estão negociando com celebridades como Oprah e o Dalai Lama para usarem o novo app, que deve se chamar Threads.
🔥 Acontece na PbyP
Galera,
Essa foi a semana dos problemas. O provedor do Mautic (minha plataforma de automação de marketing) deu um pau cabuloso e ficou dois dias fora do ar. Meu feriado foi pro saco nessa, mas isso aí é a vida de empreendedor né?
Essa semana já comecei a publicar as aulas de Instagram para negócios, um curso mais estratégico sobre o uso da rede social, sem nenhum hack, manha ou fórmula mágica.
Do jeito que deve ser.
Enquanto isso já estou negociando para termos um novo webinar e mentoria com um profissional do mercado e, baseado em feedbacks de vocês, vou ajustar algumas (várias) coisas na plataforma, a começar pela página de cursos.
O blog e as redes sociais estão parados, o que está me deixando incomodado, mas meu foco agora é deixar a experiência 100% para quem já é aluno, e depois me dedicar a trazer novos.
Tô começando a achar que vou precisar contratar um estagiário/assistente, alguém se candidata?
Até a próxima!
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Aqui as coisas não param!
Abraços,
Peçanha