Peça-chave #64: Marketing e samba. Tudo a ver
É hora de pensar como uma escola
Olá, bom ver você aqui novamente!
RD Summit está chegando, e é sempre um dos momentos mais marcantes do meu ano. Minha maior palestra, no maior evento de marketing digital do Brasil.
Nesse momento acabei de terminar a palestra desse ano e fazer a primeira simulação de apresentação. Vai dar tudo certo, e o conteúdo estava animal (eu tava tenso até uma hora atrás)
Se você for ao evento, vai lá me prestigiar, e aproveita e marca minha palestra como favorita? Nunca te pedi nada, acho. Tem a ver com IA, mas não vou falar de IA!
E, aproveitando o momento, vou voltar no tema da palestra de 2022 para essa edição da newsletter. O tema? Samba (mais ou menos)
Bora?
Uma boa estratégia de marketing se baseia na criação constante de conteúdos, com o objetivo de atrair o público, gerar reconhecimento de marca e, por fim, gerar negócios.
Um dos pilares para que isso funcione é uma estratégia que conecte todos os conteúdos de maneira lógica, dando personalidade e gerando uma audiência fiel. Rand Fishkin, um dos caras que eu mais admiro no marketing digital, disse isso em uma entrevista (que vale a pena escutar):
Nós vivemos no que eu chamo do mundo Netflix do marketing de conteúdo, que não é feito de pontos independentes, mas conteúdo episódico, algo que é produzido ao longo do tempo, que você vicia, e então ama e compartilha
“Faz muito sentido” foi a primeira coisa que eu pensei. Mas depois de um tempo vi algumas falhas na lógica do Rand e evolui para minha própria analogia, muito mais tupiniquim:
Sua estratégia de conteúdo precisa ser igual um desfile de escola de samba.
Para explicar melhor, dividi em cinco características:
Sincronia
Esse é um elemento básico, comum em toda boa estratégia de conteúdo e desfile de escola de samba. Todo mundo (os conteúdos) estão com a narrativa alinhada, e cada está fazendo seu papel, no ritmo e tom certos.
Toda peça de conteúdo faz parte de algo maior, e se ela estiver fora de ritmo, ou seja, não faça parte da jornada do cliente, não trará resultados.
Marketing é como um quebra-cabeças: você precisa juntar todas as peças e ter certeza que elas se encaixam.
Autonomia
Aqui é onde minha analogia se distancia mais do Rand Fishkin. Quando estamos assistindo uma série no Netflix, se perdemos algum episódio, existe uma chance alta de não entendermos a história.
Ou seja, cada peça de conteúdo não possui autonomia.
Mas no caso do marketing, isso não pode acontecer. Ninguém está consumindo 100% dos seus conteúdos, o tempo todo. Então, assim como uma ala da escola de samba é um espetáculo por si só, cada conteúdo também precisa possuir seu valor, de maneira independente.
Memorável
Aqui é simples: todo conteúdo deve gerar valor, despertar emoções e ser útil. Até mesmo um simples reel deve ter um grau de qualidade digno da sua marca.
Gosto de enfatizar isso, pois é muito comum tentarmos cumprir com o calendário editorial, mesmo quando não há nada de boa qualidade a ser publicado. Em um mundo ideal, isso não aconteceria, mas já que acontece, eu sou da teoria de que é melhor não publicar nada do que publicar algo que você sabe que não está bom.
Mas um pequeno adendo: se você está em dúvida sobre publicar, publique. Provavelmente esse conteúdo é melhor do que você imagina e, se der errado, não é nada grave.
Branding
Um desfile na Sapucaí sempre possui um tema central e, por mais variadas que sejam as alas, elas estão sempre estruturadas ao redor de uma identidade comum. Essa identidade é a do desfile, temporária, e da escola de samba, permanente.
Para mim, não existe exemplo melhor do que a águia - e as cores - da Portela. Uma construção que vem sendo feita há muito, muito tempo:
Esse é o branding: uma consistência narrativa e sensorial que faz com que a audiência reconheça rapidamente quando um conteúdo é feito pela sua marca, e tenha uma percepção positiva dele já de cara.
É um trabalho de consistência e frequência que, para mim, é a parte mais importante de qualquer marketing.
Alinhamento
Alinhamento não tem muito segredo: todo mundo está focado no mesmo objetivo, trabalhando para alcançá-lo. Toda interação conta, todo conteúdo tem um papel e, se você tiver um time, é essencial o trabalho em equipe.
A lição mais importante aqui é que todas as pessoas envolvidas no marketing precisam entender o objetivo final: gerar vendas, aumentar ticket, etc. Qualquer um que esteja simplesmente entregando um número intermediário (curtidas no Insta, assinantes de Newsletter) sem entender como isso impacta as métricas de negócios, não está alinhado com a estratégia da empresa.
Conclusão: deu samba
Se você for um líder de marketing, você precisa entender a importância desses alinhamentos para que sua estratégia rode de maneira harmoniosa, assim como um desfile na Sapucaí.
Ela tem que ter os elementos:
Sincronia
Autonomia
Memorável
Branding
Alinhamento
(Se você reparar, as iniciais formam a palavra Samba. Me deu muito trabalho chegar nessas palavras, então tô orgulhoso, eheh)
E, se não for líder, mas fizer parte de um time, corra atrás de entender seu papel dentro da jornada, como você pode estar em sincronia com a música e, principalmente, como seu trabalho afeta os resultados de negócio da empresa.
Espero que tenha gostado, e até a próxima (ou, caso você vá ao RD Summit, nos vemos lá antes).
Abraços!
Ah, se se esse tipo de conhecimento te interessa, sugiro ver os cursos da PbyP School e mergulhar de cabeça no seu crescimento profissional: